terça-feira, 8 de novembro de 2011

Porta-voz do povo, Sócrates critica seleção de Mano e o Congresso: 'É muito rato junto'



Os ideais e a inteligência de Sócrates não retrocedem um milímetro. Não importa se seu estado de saúde no momento é de recuperação ou se a idade vai passando - já são 57 anos. Ele segue ativo nos pensamentos e na exposição de suas ideias, como demonstra na entrevista exclusiva que concedeu à Revista ESPN de novembro, que chega às bancas nesta terça-feira.

Como sempre, fala sobre esporte e política com a mesma desenvoltura, de preferência os relacionando. E já entendeu que pode ser uma importante arma contra o alcoolismo; "Percebi que o álcool faz muito mal para mim e que pode matar. Tenho obrigação de explicar isso para as outras pessoas. E vou fazer isso", afirmou.

Entre agosto e setembro, por duas vezes distintas, precisou ficar internado por 27 dias no geral tratando problemas relacionados à cirrose, proveniente de seu gosto pela bebida. "Nunca fui dependente, viciado eu fui. Sempre com uma cerveja, um copo de vinho, o álcool sempre me acompanhou", diz.

Questionado sobre o motivo de nunca ter aceito convite para se candidatar a algo na política, é direto. "Nunca quis, meu mandanto é mais importante. É um mandato sem pasta. Fico de fora provocando, sendo porta-voz da população. É mais importante que estar lá dentro", responde.

Diz que seu objetivo é continuar incomodando. "Sendo o porta-voz, mexendo com as questões que mexem com o povo", explica. E quando a pergunta é se não dá para subverter o Congresso, dispara: "Não, é muito rato junto."

Ídolo do futebol, Sócrates não se encanta mais com o esporte. Não é mais otimista em relação a ele. "Com o futebol, não. Com o país, sim. O país é como o Rio: há descontrole, mas continua rico", avalia. E critica o futebol brasileiro em especial.

"Nosso futebol está hibernando. Quem gere nosso futebol tomou caminhos diferentes de nossa cultura esportiva. Não dá para assistir a jogo nesse momento, o futebol está horrível...", inicia Sócrates, duro, para seguir e falar da atual seleção brasileira.

"Nem um pouco", responde quando perguntado se não gosta do time de Mano Menezes. "Ela [seleção] é padronizada, estigmatizada, absolutamente conservadora. Você vê um jogo inteiro sem que ninguém dê um drible. É um futebol europeu fantasiado de brasileiro", critica.

O grande jogador do país atualmente? Não é Neymar quem vem à cabeça de Sócrates. "Potencialmente, o grande jogador brasileiro é o Ganso. Se for para o caminho que se espera, ele pode ser o cara. Ele forma time, coordena, define ritmo. Jogador coletivista", define. 

Sócrates também fala de sua recuperação, governo Lula, Romário, a inesquecível seleção de 82, tudo nas seis páginas de entrevista à Revista ESPN de novembro - edição de segundo aniversário - que você encontra nas bancas a partir desta terça-feira.

-------------------

Nenhum comentário: