terça-feira, 11 de outubro de 2011

Em busca de identidade e espetáculo, Brasil enfrenta maior carrasco deste século


Nenhum adversário venceu tanto a seleção brasileira no século 21 quanto o México. Em nove confrontos, foram cinco vitórias - uma delas na prorrogação. Antes fregueses, os mexicanos tornaram-se um adversário difícil de ser batido. Não apenas pelos brasileiros, mas por qualquer seleção: desde que José Manuel de la Torre assumiu o comando, a equipe principal não perdeu.

É contra esse rival "chato" que a seleção brasileira entrará em campo às 22h30 (horário de Brasília) desta terça-feira, no quarto amistoso em pouco mais de um mês. E é diante de uma torcida apaixonada, que deve lotar o Estádio Corona, que o time comandado por Mano Menezes vai em busca de algo que tem faltado nos últimos jogos: a identidade do futebol brasileiro e o espetáculo.

A identidade - a cara do time - Mano ainda não encontrou. Diante do México, pelo menos meia escalação mudará com relação ao enfadonho 1 a 0 sobre a Costa Rica, na sexta-feira. Entre alterações por questões médicas e físicas, uma mudança chama a atenção. Hulk, atacante do Porto, que ainda precisa se apresentar ao grande público brasileiro, deve ser titular na vaga de Lucas ou Fred.

Se confirmado no time, o paraibano fará sua estreia como titular com a camisa verde e amarela. Se os companheiros de ataque forem Neymar e Lucas, Hulk terá de jogar mais centralizado. Se forem Neymar e Fred, o jogador do Porto terá um papel parecido com o exerce no clube português.

Seja como for, Hulk é mais uma aposta ofensiva de Mano. O treinador já teve Pato como titular absoluto, depois testou o próprio Fred, avaliou Leandro Damião - que acabou se machucando, mas agradou - e escalou Borges contra a Argentina, em Belém. Com três atacantes, Ronaldinho como armador e dois volantes que sabem sair para o jogo, a seleção brasileira mostra uma formação muito ofensiva. Falta transformar tantos atacantes em boas atuações.

"A diferença do Hulk em relação ao Fred é que temos mais velocidade, muda um pouco a característica do ataque. São pequenas alterações que você vai propondo, vai vendo como a seleção se comporta", disse Mano Menezes. "Precisamos evoluir ao ponto de termos evoluções mais sólidas para que a gente possa ter um entendimento por parte de todos das alterações táticas, variações, já trazendo um lastro e vários jogos", acrescentou o treinador.

Além da possível entrada de Hulk, Mano tem como principais armas ofensivas os dois jogadores mais festejados pela imprensa e pelos torcedores mexicanos: Neymar e Ronaldinho. O jovem astro já disputou 58 partidas neste ano, entre jogos pelo Santos, pela seleção principal e pela sub-20. Na reta final do brasileiro e cada vez mais perto do Mundial de Clubes, o treinador admitiu que já se precupa com a condição física do santista. 

"A minha ideia era poupá-lo contra a Costa Rica, mas eles não deixaram", disse o técnico, referindo-se ao time rival. Com um gol de Neymar, no segundo tempo, a seleção brasileira venceu por 1 a 0 em San José. É possível que o jovem atacante não dispute os 90 minutos. 

Quem também não deve jogar toda a partida é Ronaldinho Gaúcho. Poupado em parte do treino de domingo, o camisa 10 é o campeão de popularidade entre os torcedores - e até jogadores - mexicanos. Rafa Márquez, capitão do adversário e ex-colega do gaúcho no Barcelona, disse que o brasileiro é um dos melhores jogadores de todos os tempos.

Se o Brasil tem Neymar e Ronaldinho, o México tem Javier Hernandez, o Chicharito. O maior ídolo dos mexicanos joga no Manchester United, é adorado pelas garotas e tem como grande modelo no futebol um brasileiro. "Ronaldo Fenômeno é o meu grande ídolo, sempre foi", disse.

O ídolo de Chicharito não disputou partidas oficiais pela seleção depois da Copa de 2006, aposentou-se neste ano e já não exibe a forma física que o consagrou. Mas, a se julgar pelas variações testadas por Mano nos últimos jogos, o Fenômeno ainda não tem um substituto à altura.

FICHA TÉCNICA 

MÉXICO x BRASIL
Local: Estádio Corona, em Torreón, no México
Data: 11 de outubro de 2011, terça-feira
Horário: 22h30 (de Brasília) 
Árbitro: Marlon Mejía (El Salvador)

MÉXICO: Sánchez; Juárez, Rafa Márquez, Moreno e Salcido; Castro, Guardado, Barrera, Giovanni Dos Santos; Peralta e Hernández. 
Técnico: José Manuel de la Torre

BRASIL: Jefferson; Daniel Alves, Thiago Silva, David Luiz e Marcelo; Lucas Leiva, Fernandinho e Ronaldinho Gaúcho; Lucas (Fred), Hulk e Neymar
Técnico: Mano Menezes

Twitter: @samuelzain

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